segunda-feira, 23 de maio de 2011

Veja mais sobre a Professora que denunciou a situação caótica da Educação Brasileira.

A professora potiguar Amanda Gurgel foi mais uma vez destaque à nível nacional. No programa Domingão do Faustão veiculado no último domingo (22), na Rede Globo de Televisão, a professora foi convidada a falar sobre seu discurso feito em defesa da Educação em todo o Brasil. Durante sua participação, Amanda falou sobre o vídeo postado na internet, sua carreira como professora e sobre os desafios existentes em sala de aula.
Além de reafirmar o depoimento feito na Assembléia legislativa do RN, a professora explicou que não pensava em ficar famosa, nem muito menos utilizar a mídia a seu favor. “Já que estou tendo essa oportunidade, minha missão é ser a porta voz da minha categoria. E vou continuar lutando e representando em favor da educação”, afirmou.
Durante os 15 minutos de entrevista, ela destacou a diferença existente entre o valor pago a categoria e o salário recebido pelos deputados que chega a ser 30 vezes maior. Após responder perguntas da platéia e comentários feito pelo apresentador, ela pediu uma salva de palmas para todos os Estados onde os educadores estão em greve.
Fausto silva encerrou a participação da convidada declarando que a luta da professora Amanda, e da Educação brasileira, devem chegar ao gabinete da presidenta Dilma Rousseff, onde medidas mais efetivas possam ser tomadas.


Veja abaixo parte de uma entrevista feita pelo jornal O Globo:

Abertura: Amanda Gurgel de Freitas, a professora de 26 anos que chamou a atenção do país para os problemas da educação no Brasil, com um depoimento que ficou entre os mais vistos no Youtube, disse em entrevista publicada no extra.globo.com que hoje o professor no Brasil sofre de crise de identidade e também está doente. Ela recebe salário básico de R$ 930 como professora da rede municipal e de R$ 1.217 no estado. Tem especialização em educação para adultos, mas não está em sala de aula. Amanda pediu troca de função depois de uma depressão e agora trabalha na biblioteca do Colégio Estadual Miriam Coeli e no setor de informática numa escola municipal de Natal. No estado, os professores estão em greve por melhores salários.

Em entrevista, perguntada se esperava tamanha repercussão, disse que jamais imaginou que uma situação, que para ela é tão corriqueira e tão óbvia para todo mundo, pudesse ter uma abrangência tão grande. - Não tem quem não veja como é a rotina de um professor – disse.

Perguntada sobre o que falta para mudar a situação dos professores, disse ; - falando sinceramente, vergonha! – Ainda disse que o caos que existe na educação não é um caos desorganizado, entre aspas, é um caos preparado; existe uma intenção para que a educação funcione desse jeito, para que os filhos da classe trabalhadora jamais atinjam altos níveis de cultura, para que no máximo eles aprendam um ofício.

Falou ainda sobre as questões dos professores:
Na nossa categoria, nós vivemos uma certa crise de identidade, porque enquanto a nossa atividade sempre foi considerada intelectual, e ainda hoje leva esse nome de uma atividade intelectual, de formadores de opinião, a verdade é que nós estamos passando por um processo de proletarização, que está se acentuando a cada dia. E a nossa atividade é principalmente manter o aluno em sala de aula, independente de qualquer coisa.

Os professores são submetidos a uma jornada de trabalho que é extenuante, sem ter condições de trabalho dígnas. Frequentemente desenvolvem doenças relacionadas à atividade profissional e, em troca, recebem por parte dos governos mais uma forma de opressão, que é impedí-los de darem entrada em licenças médicas ou em readaptação de função. Recentemente, em um consultório, um médico disse que não poderia fornecer um laudo para encaminhar um paciente a uma junta médica porque hoje em dia professor e policial são todos assim, querem ganhar dinheiro sem trabalhar. Dentro do consultório médico ele defendeu a política do governo do estado, dizendo que o governo está muito certo mesmo. Independente do seu estado de saúde, o professor tem mais é que estar em sala de aula. Isso só reforça essa ideia que para o governo educação de qualidade é aluno controlado dentro de sala de aula, independente da condição dessa aula e das condições de saúde do trabalhador.

Perguntada se candidataria a um cargo político, respondeu:
Nunca pensei sobre isso, não pretendo no momento. Talvez as pessoas possam achar que eu fiz isso por interesse. Mas minha militância é pelas demandas da nossa categoria e não gostaria que fossem confundidas com as do partido. Não tenho pretensão política governamental, mas faço política no meu dia a dia. As pessoas que me conhecem sabem de minha atuação. Talvez em outros momentos a conjuntura possa me levar para outros rumos.

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