Enquanto que parlamentares brigam no
Congresso pela divisão dos royalties do petróleo para os estados, olhem o texto
que encontrei publicado em 11 de setembro de 2009, logo após a descoberta do
pré-sal:
...O presidente anunciou na semana passada (presidente
Lula em set/2009 - grifo nosso) em Brasília: “O Brasil
está com o passaporte para o futuro nas mãos”. Naquele momento, referia-se ao
petróleo encontrado na camada do pré-sal. Nas entrelinhas, também buscava
associar a imagem de um país bem-aventurado à de sua candidata. Afinal, o
“Brasil é o país do futuro”. Mas será mesmo?
...O futuro nunca chega porque o país tenta andar adiante, mas olha para trás. Acaba tropeçando nas reais oportunidades que surgem à sua frente. O mundo inteiro já sabe que o petróleo é o combustível do passado, por dois motivos. Primeiro, porque polui tanto que está tornando nosso planeta mais quente e menos viável para nossa sobrevivência. Segundo, porque tem data para acabar. As estimativas variam, mas diz-se que o petróleo vai durar cerca de 40 anos, dependendo da evolução do consumo e da descoberta de novas reservas.
Enquanto comemoramos nossas descobertas, o mundo busca alternativas tecnológicas mais responsáveis. Um país com tanto sol e vento seria um laboratório perfeito para o desenvolvimento de energia limpa. No entanto, o Brasil limita-se a investir em biocombustíveis, como se pudesse abastecer o mundo com cana-de-açúcar. Daqui algum tempo, quando o planeta estiver sedento por tecnologias não poluentes, nós faremos parte dos compradores, e não dos inovadores que se beneficiam da visão futurista.
Hoje, não há um exemplo de nação que tenha se tornado potência a partir da abundância de recursos naturais. No passado, talvez, mas, na história recente, são as idéias e invenções tecnológicas que fazem a diferença. A Venezuela, com todas as suas reservas de petróleo, é mais conhecida por sua linha de produção de “Miss Universo”. A fartura de minérios na América Latina não conseguiu arrancar o rótulo de terceiro mundo da região.
...O futuro nunca chega porque o país tenta andar adiante, mas olha para trás. Acaba tropeçando nas reais oportunidades que surgem à sua frente. O mundo inteiro já sabe que o petróleo é o combustível do passado, por dois motivos. Primeiro, porque polui tanto que está tornando nosso planeta mais quente e menos viável para nossa sobrevivência. Segundo, porque tem data para acabar. As estimativas variam, mas diz-se que o petróleo vai durar cerca de 40 anos, dependendo da evolução do consumo e da descoberta de novas reservas.
Enquanto comemoramos nossas descobertas, o mundo busca alternativas tecnológicas mais responsáveis. Um país com tanto sol e vento seria um laboratório perfeito para o desenvolvimento de energia limpa. No entanto, o Brasil limita-se a investir em biocombustíveis, como se pudesse abastecer o mundo com cana-de-açúcar. Daqui algum tempo, quando o planeta estiver sedento por tecnologias não poluentes, nós faremos parte dos compradores, e não dos inovadores que se beneficiam da visão futurista.
Hoje, não há um exemplo de nação que tenha se tornado potência a partir da abundância de recursos naturais. No passado, talvez, mas, na história recente, são as idéias e invenções tecnológicas que fazem a diferença. A Venezuela, com todas as suas reservas de petróleo, é mais conhecida por sua linha de produção de “Miss Universo”. A fartura de minérios na América Latina não conseguiu arrancar o rótulo de terceiro mundo da região.
Do outro lado da balança, uma revolução educacional mudou a
Coréia do Sul em poucas décadas. O Japão, tão pobre em recursos naturais,
tornou-se uma potência econômica e cultural. Até a Índia aproveitou a revolução
tecnológica provocada pela computação e, agora, exporta em serviços o
equivalente a três vezes as exportações brasileiras de soja e derivados. Isso
tem contribuído para crescimentos da ordem de 8% ao ano, sem a necessidade de
explorar à exaustão o recursos naturais, já escassos para aquela população, é
verdade.
A propaganda da estatal do petróleo dá a impressão de que conquistamos o mundo. Realmente, cavucar um buraco de sete quilômetros debaixo do oceano e retirar petróleo não é para qualquer um. A possibilidade de participar de fóruns de decisão importantes como Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) traz perspectivas interessantes.
A propaganda da estatal do petróleo dá a impressão de que conquistamos o mundo. Realmente, cavucar um buraco de sete quilômetros debaixo do oceano e retirar petróleo não é para qualquer um. A possibilidade de participar de fóruns de decisão importantes como Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) traz perspectivas interessantes.
Politicamente, é uma arma poderosa para um povo pretensioso
como o nosso. Entretanto, a mentalidade está atrasada. Falar em independência
numa época de globalização parece piada. Precisamos de gasolina para alimentar
os carros produzidos com receita importada. Onde está a independência? Daqui a
50 anos estaremos lamentando a oportunidade perdida. Ou talvez não. Talvez
ainda estejamos iludidos pela esperança de que o Brasil seja mesmo o país do
futuro, ou de que poderemos esquecer a frustração com um gole de cachaça no
boteco da esquina. Bom, se for fiado, teremos que voltar no dia seguinte.’’
Texto de: Bruno Amorin Maciel - retirado no site www.oeco.com.br
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